terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sobre um leve suspeita que tenho


Nós conversamos diariamente sobre tudo e nesse tudo está incluído falar sobre nada. Somos dois cronistas do cotidiano, trocando impressões e dando pitaco em tudo: arte, política, esporte, astronomia, religião, astrologia, família, biologia, relacionamentos, bolinho de arroz, imóveis, fim do mundo, machismo, Beatles, feminismo, literatura, Allan Poe, Noruega, corujas, corvos, chocolate, ternurinha, heavy metal e mais quatro milhões e quinhentas coisas. 

Falamos sobre nós, sobre os nós e sobre as nozes. Trocadilhamos toda hora. Lemos o pensamento um do outro em Braille e em tinta e falamos alto, ao mesmo tempo, aquilo que acabamos de ler. Damos gargalhadas. Sorrimos muito: um do outro e um pro outro. Achamos que ficamos mais bonitos assim, só rindo. Nós somos fruto de um encontro incrível e somos incríveis desde então. Nosso amor tem cheiro e forma de felicidade, mesmo quando estamos em cidades diferentes. Temos muito mais que a garantia dos 30 anos de conversa prazerosa recomendado pelo Nietzsche. 

Apreciamos a escrita coerente, correta, mas nos chamamos de “Amô”. Nos admiramos muito e dizemos isso um pro outro de todo jeito. Sempre negamos um pro outro que às vezes brigamos. E acreditamos nisso piamente. Nosso abraço é nossa casa, nosso beijo é um ritual sagrado que fazemos questão de seguir sem regras. Somos um paradoxo lindo. Tudo isso para dizer que estou achando que a gente se ama... rs

16.12.12

Um comentário:

  1. Patrícia, sempre escreve com todo sentimento e exageradamente nos "traga"...leio sem fim cada pedacinho das suas miudezas, e eu particularmente adoro miudezas...e essa moça infinitamente sensível e competente, anda toda serelepe,e nos apresenta miudezas sobre o "Amô".

    Caco

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