quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sobre nossas diferenças

Cansei das desculpas que me dei para não me apaixonar. Baixei a guarda e assumi, baixinho, que as mensagens que ele me deixava off-line melhoravam meu dia significativamente. Ele vinha como um anjo no crepúsculo e o vento de suas asas aumentava meu calor. Mas... Que fazer de nossas diferenças? Éramos Nordeste e Sudeste, Dia e Noite, Sol e Lua. A única coisa que tínhamos em comum era o fato de sermos completamente diferentes um do outro.

“Amo sua inteligência, menina”, ele me dizia. Eu também amava a movimentação de seu pensamento. Ficava ali, à deriva em seu divã. Ele invadia minha alma, desvendava meus mistérios e eu tentava não deixá-lo perceber que ele me sabia. Mais um pouco e os eclipses começaram a acontecer: Éramos agora o aqui e o já: ele sentia saudade e eu também. Eu o admirava e ele a mim também. Ele me amava. Eu a ele também amava. Eu era inesquecível e ele também. Incrivelmente iguais.


Descrição da imagem: Duas corujas. A da esquerda acaricia, com o bico, a carinha da coruja que está à direita. Ela recebe o carinho com os olhos fechados.

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