domingo, 5 de dezembro de 2010

Sobre minha paixão pelas letras



Minha mãe esteve ontem em um jantar em família, pela passagem do casamento de minha prima Denise. Contou que foi uma festa divertidíssima, na Praia de Jauá. Ela disse que em um momento da festa perguntaram por mim e ela respondeu:

"Patie vocês conhecem bem... Louca por livros, foi em um evento de poesia na Pituba. Ela continua do mesmo jeito: tem livro até dentro do guarda-roupa, lê até no banheiro e vive escrevendo. Os amigos dela estão incentivando para que lance um livro e ela vai lançar mesmo! A menina fica horas lendo, lendo... Adora ganhar livros e já não sei onde acomodar tantos!".

E D. Jovem, sogra de minha prima Marilda, interrompeu:

"Você já levou essa menina ao médico???".

Mainha me disse que a risadaria foi geral. D. Jovem merece uma homenagem drummoniana! Se alguém tiver o e-mail dela, favor passar o link dessa postagem. Eis a homenagem:


A incapacidade de ser verdadeiro

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.


A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos. feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo.

Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.


Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:

- Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.

[Carlos Drummond de Andrade]


P.S.: O evento foi o Sarau UQT, onde tive o prazer de conhecer a graciosa Fernanda Leturiondo, que vezenquando se esparrama neste sofá.

Descrição da imagem: Pessoa cuja cabeça é um livro vermelho com asas douradas, flutua no ar, com várias letras aleatórias. Está vestindo calça jeans, tênis e uma camisa de manga comprida com letras escritas em toda a extensão. Ilustração daqui

7 comentários:

  1. É Patie seu caso é sério.
    Faça um colar de estrelas, uma nuvem de tapete voador, e agarre o primeiro rabo do cometa.
    Boa viagem.

    Arnaldo Godoy

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  2. Acho que uma internação na Rua da Poesia, em Itapuã, já te ia bem. Me chama, que ando louca para catar borboletas nas espumas suculentas do mar de agora.

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  3. Minha Querida Amiga Patra, diferente do Paulo, você não é um caso de poesia, você é a própria Poesia!!!

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  4. Iza, eu ando sentindo borboletas na barriga...

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  5. Zane, mainha e painho nem sabem que são escritores, né? rsrsrs Beijos, minha amiga!

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  6. Acho que não. Mas mesmo que fosse, ou se alguém um dia te provar que seja patológico, por favor, nem tente encontrar "a cura". Segundo Lacan, James Joyce é um caso emblemático de psicótico que não psicotizou pq encontrou uma forma de extravasar a sua psicose na escrita.
    E de médico, louco e psicólogo todo mundo tem um pouco, o que só torna o mundo mais rico e divertido. ;-)

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  7. André, adoro seu divã! Acho que se não é patológico, sou PATAlógica!

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