quarta-feira, 3 de março de 2010

Sobre meus três dias em Feira de Santana


Feira de Santana faz parte de minha história. Lembro de minha infância, época em que minhas irmãs e eu éramos levadas por minha mãe para a cidade “Princesa do Sertão”, como diria Ruy Barbosa, para visitar meu pai que gerenciava uma empresa ali. Viajar até Feira para treinar seus professores é um dever social que a vida me propiciou e com o qual Deus me agraciou. Imagine você que meu pai nasceu e se criou nessa região.

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Memórias afetivas à parte, descreverei minha aventura nesta cidade hoje cedo:

Antes das 9h cheguei à rodoviária de Feira de Santana congelada feito um picolé por causa do ar-condicionado do ônibus. Paguei um transporte mais caro para virar um pingüim. Não sei quem inventou que um ar bem frio é sinônimo de conforto. Vamos lá...

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Ao desembarcar fui disputada por 2 taxistas. Existe coisa mais legal para uma pessoa que nasceu sem bússola, como eu, que entrar num carro, dizer onde quer ir e ter certeza de que chegará lá? “Vou para Santa Mônica”, eu falei. Bastou o taxista arrastar o carro que eu percebi algo diferente. Alguns metros à frente e ele me pediu um ponto de referência. Imagine! Justamente um taxista que não conhecia a cidade ganhou a disputa para me levar.

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Fiz uma cara de maior entendedora de urbanismo feirense [não se pode vacilar com taxistas; se percebem que você não sabe o endereço giram tanto com o carro que terás de trabalhar 3 meses para pagar a despesa da corrida] e falei bem segura: “Eu vou para aquela escola de cegos que fica perto do Hollywood 1”. A cara do taxista ficou vermelha ele deu uma paradinha, olhou para mim e disse: “O Hollywood 1 é um motel, não é?”, indagou meio atônito. “Não sei, moço, eu acho que é algo assim, hotel ou motel, mas eu vou para a escola de cegos que tem perto, logo em frente”. E ele: “Ah, sim! Escola de cegos!”. Por causa do único ponto de referência que a bendita escola que eu estava indo visitar tinha, o taxista tinha entendido que eu estava indo para uma “escola de sexo” e não uma “escola de cegos”, como eu havia claramente dito.

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Vou ter de instalar uma loja, um parque, um shopping perto da Fundação Johnatas Telles de Carvalho para servir de referência de endereço, pois localizada em uma estrada longe de tudo e com um vizinho tão sugestivo, ou encontro outro ponto de referência ou precisarei utilizar termos sinônimos como “escola para pessoas com deficiência visual”.

03 de março de 2010


P. S.: Os comentários devem ser depositados nessa caixinha abaixo [risos]
Legenda da imagem: táxi de brinquedo com um boneco e uma boneca estilo Playmobil.
Imagem daqui

3 comentários:

  1. Os taxistas de Sr. do Bonfim são muito melhores dos que os de FSA!!!
    Beijos Referenciais!

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  2. Taxista espertinho esse.Ele bem que sabia o local.Lembrei de um outro episódio em Juazeiro, que você não conseguia encontrar um Hotel decente, com internet, agua quente..... Lembra? Você consegue, transformar isso tudo em comedia.
    Beijo Pat

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  3. Pati, o forte de Senhor do Bonfim é o velho BODE!
    Na brasa, HUMMMMMMMMM!!!

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